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Traição e veneno de rato: o que a polícia sabe sobre assassinato em Toledo

Polícia Civil divulgou atualizações sobre o crime na manhã desta quarta-feira (8)


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Foto: Catve.com

Vestígios de sangue humano foram encontrados na churrasqueira onde Edivan da Silva Almeida, de 51 anos, foi queimado pela esposa em Toledo, no oeste do Paraná. O crime teria ocorrido em 16 de fevereiro.

Segundo o delegado da Polícia Civil, Fábio Freire Quirino, a perícia confirmou a presença de sangue em pontos indicados pela investigada, Taciana Ferreira da Silva, de 49 anos. As marcas foram localizadas, principalmente, no banheiro onde o homem foi cortado.

O perito da Polícia Científica ainda precisa realizar a análise da ossada humana encontrada na churrasqueira. "Ele nos revelou que seria muito difícil realizar a perícia nesse material sem que houvesse descarte posterior desse vestígio e, portanto, inviabilizaria a conclusão da perícia", comenta.

"Diante disso, ele achou mais viável fazer uma confrontação posterior entre o sangue coletado, os possíveis ossos e o material genético de um dos familiares da vítima, no caso um filho do Edvan que mora no estado da Paraíba", complementa o delegado.

Ligação ao Samu

Taciana mentiu em depoimento ao dizer que ligou para o Samu na noite de 14 de fevereiro. Segundo a investigação, o telefonema ocorreu na manhã de 15 de fevereiro.

Durante a chamada, os socorristas ouviram a vítima com dificuldades para respirar. Ao delegado, os profissionais da saúde disseram que, conforme é possível ouvir no áudio, a vítima agonizou antes de ter uma parada cardiorrespiratória

O delegado contou que Taciana Ferreira disse aos socorristas que o marido estava convulsionando, porém não deu continuidade à chamada e não atendeu ao retorno do Samu, deixando Edivan agonizar até a morte.

Com essas provas, a Polícia Civil incluiu duas qualificadoras contra a acusada: impossibilidade de defesa da vítima e morte praticada por meio cruel.

Leia a transcrição da ligação logo abaixo:

Atendente: Samu 192, bom dia!
Taciana: Eu preciso de uma ambulância urgente.
Atendente: Alô, bom dia!
Taciana: Oi, bom dia!
Atendente: Alô, bom dia, como é o seu nome?
Taciana: É Taciane.
Atendente: O que está acontecendo?
Taciana: É que meu esposo está convulsionando, está fazendo um barulho bem estranho. Tá ouvindo?
Atendente: Certo, de qual cidade a senhora fala?
Taciana: Toledo.
Atendente: Qual bairro?
Taciana: Centro, Rua Guarani, 1050.
Atendente: Qual o numeral?
Taciana: 1050.
Atendente: Toledo, Centro, Guarani, 1050?
Taciana: É.
Atendente: Eu vou passar você para o nosso médico que tá na linha. Não desligue, tá!?

Veneno de rato

Ainda segundo o delegado da Polícia Civil, Fábio Freire Quirino, a acusada alega que deu remédio para reverter o quadro da vítima, no entanto existe a suspeita de que ela também tenha dado veneno para o marido ingerir.

A hipótese existe porque os investigadores encontraram veneno de rato no setor da empresa em que a técnica de enfermagem trabalhava.

Caso extraconjugal

Edivan da Silva Almeida estava envolvido em um caso extraconjugal. Em depoimento, a mulher disse que não sabia da existência de Taciana até o começo deste ano. Ou seja, não sabia que a vítima era casada.

A mulher disse ter conhecido o homem em 2021, e o primeiro encontro presencial entre os dois ocorreu na Paraíba, em 2022. Nessa ocasião, eles viajaram até o Rio Grande do Norte.

Edivan pediu para que a amante se dirigisse até o imóvel na Paraíba para que fosse feito um orçamento de manutenção, pois ele pretendia voltar ao estado e formalizar o relacionamento.

Em 14 de fevereiro de 2024, ao ligar para Edivan, a amante descobriu que o homem era casado após Taciana atender o celular.

A investigada identificou-se como a esposa de Edivan e mentiu que o homem estava internado passando por uma cirurgia de grande porte.

A Polícia Civil concluiu, mediante depoimento da amante, que Taciana não teve uma reação imediata movida após descobrir a traição, ao contrário do que a investigada disse em depoimento.


Redação Catve.com

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