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Nova doença do milho demanda cautela e pesquisas, dizem especialistas

Doença causada por bactéria foi detectada em lavouras nas regiões Oeste, Centro-Oeste e Norte do Paraná


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Cautela e pesquisas. Essa é a síntese das conclusões que chegaram os mais de 100 técnicos, pesquisadores e produtores que participaram na quinta-feira (12) de reunião, em Londrina, para discutir a ocorrência da estria bacteriana em lavouras de milho no Paraná. O encontro foi promovido pelo Iapar (Instituto Agronômico do Paraná). Até agora desconhecida no Brasil, a doença, causada pela bactéria Xanthomonas vasicola pv. vasculorum, foi detectada em lavouras na região Oeste - Cafelândia, Corbélia, Nova Aurora, Palotina, Santa Tereza do Oeste, Toledo e Ubiratã -, Centro-Oeste - Campo Mourão e Floresta e Norte do Paraná - Londrina, Rolândia, Sertanópolis e Mandaguari. "É sem dúvida um problema grave, mas que deve ser tratado com critérios técnicos e sem comoção", afirmou o diretor de pesquisas do Iapar, Tiago Pellini. Presente no encontro, Cezar Augusto Pian, representante do Ministério da Agricultura e Abastecimento, disse que a entidade reconheceu a ocorrência do patógeno e está monitorando a situação das lavouras para delimitar sua distribuição e, eventualmente, subsidiar ações no campo legislativo. De acordo com o fitopatologista Adriano de Paiva Custódio, do Iapar, a estria bacteriana tem potencial para reduzir à metade a capacidade produtiva de cultivares altamente suscetíveis. CONTROLE Doença de difícil controle por meio de agroquímicos, a resistência genética é apontada como a melhor estratégia para, no curto prazo, enfrentar o novo problema. A identificação das cultivares mais suscetíveis atualmente no mercado é a medida mais urgente a se tomar, segundo os participantes da reunião. Os representantes de cooperativas presentes informaram que já estão fazendo essa triagem, com base nas informações já disponíveis em seus centros de experimentação. A pesquisa também será chamada para esclarecer os mecanismos envolvidos na disseminação da bactéria por meio das sementes, um ponto crucial e ainda não esclarecido, segundo os presentes na reunião. Também foi sugerida uma avaliação em âmbito nacional, por meio de parceria que deve ser estruturada com a Embrapa e as empresas obtentoras de cultivares. Já se sabe que a bactéria pode sobreviver de uma safra para outra na palhada, em restos de culturas e em outras plantas hospedeiras que podem funcionar como inóculo da doença ? espécies invasoras ou cultivadas, como arroz, aveia e forrageiras. Outro ponto que deve merecer estudos é a relação da doença com o clima.

AEN-PR

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