Política

Produtores e ecologistas se unem na defesa do meio ambiente-por Dilceu Sperafico

Entre as sugestões estão concessão de incentivos para o aumento da produção sustentável de alimentos


Imagem de Capa

Pode parecer brincadeira, mas conhecidos acusadores de irregularidades e até de crimes ambientais pretensamente praticados pelo agronegócio, resolveram se unir a agricultores para a defesa conjunta da proteção dos recursos naturais, formando a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura. Para isso, nada menos do que 170 entidades de produtores rurais e ecologistas debateram amplamente a questão ambiental, estabeleceram prioridades, definiram posições coincidentes e elaboraram documento com 28 propostas, que está sendo encaminhado a candidatos à Presidência da República nas eleições de 2018. Entre as sugestões ou reivindicações reunidas no documento estão concessão de incentivos para o aumento da produção sustentável de alimentos no País, modernização de práticas agropecuárias e fortalecimento da preservação ambiental, com destaque para a recuperação de áreas degradadas. O Brasil, segundo a instituição, concentra 7% da exportação mundial de alimentos, conta com a maior biodiversidade do planeta e tem no agronegócio quase 25% de seu Produto Interno Bruto (PIB), o que dá a dimensão e importância da agropecuária para o desenvolvimento do País e o bem-estar da população. Vale lembrar também que projeções da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), apontam que o mundo terá nove bilhões de habitantes e consumidores até 2050 e o Brasil terá de assumir sua parcela de responsabilidade pelo aumento da produção e oferta de alimentos. Para isso, segundo especialistas, o Brasil conta com produtores com tradição e vocação para a atividade produtiva e grande extensão territorial para ampliar o cultivo de grãos e criação de animais, aumentando a produção de alimentos, além de elevar a produtividade, com a adoção de modernas tecnologias, sem a devastação de florestas e/ou contaminação de recursos naturais. Entre as propostas reunidas no documento, há medidas com impacto na matriz energética brasileira, com a atração de investimentos nacionais e internacionais, além de sugestões para ampliação do financiamento da produção sustentável e de incentivos para a exploração racional de recursos genéticos e bioquímicos de florestas nativas. De acordo com pesquisadores, para produtores e ecologistas está cada vez mais evidente a interdependência entre as condições climáticas e a produção agropecuária, o que motivou a reunião de setores muitas vezes divergentes. Em outras palavras, há o reconhecimento do papel fundamental da floresta preservada no controle de alterações do clima, pois as árvores capturam e armazenam carbono da atmosfera, além de preservar as águas, essenciais para a irrigação de lavouras, hortas e pastagens. Como já destacamos diversas vezes, o agricultor é o maior interessado na preservação ambiental, pois exerce atividade econômica a céu aberto. Prova disso é que entre as propostas está a recuperação da cobertura florestal de áreas próximas de bacias hidrográficas consideradas estratégicas e que beneficiam o campo e as cidades. O Brasil, como se abe, se comprometeu a reflorestar 12 milhões de hectares até 2030, além de utilizar 45% de energias renováveis na composição de sua matriz energética, visando conter o aquecimento global a menos de 2°C até 2100, como foi estabelecido no Acordo de Paris, firmado por 195 países em 2015. *O autor é deputado federal pelo Paraná licenciado e chefe da Casa Civil do Governo do Estado. E-mail: [email protected]

Redação Catve

PUBLICIDADE

** Envie fotos, vídeos, denúncias e reclamações para a equipe Portal CATVE.com pelo WhatsApp (45) 99982-0352 ou entre em contato pelo (45) 3301-2642

Mais lidas de Política
Últimas notícias de Política