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Investimentos na Mercedes e McLaren mostram a força da F1


Com um novo calendário referendado pela FIA mas ainda ameaçado pela realidade da pandemia, a Liberty Media tenta organizar 23 corridas em 2021, um número nunca antes atingido e muitas vezes contestado. Fala-se de maior rotatividade nas equipes: profissionais experientes cedendo ao esgotamento e abrindo espaço para novas gerações se formarem. No plano financeiro, boas novas: a McLaren traz para o paddock um novo grupo norte-americano como acionista. O consórcio, liderado pela MSP Sports Capital, adquiriu, em um primeiro movimento, 15% das ações da equipe inglesa, desembolsando quase 744 milhões de dólares. No mesmo plano, a Mercedes vendeu parte significativa de suas ações à Ineos. Uma das maiores empresas do ramo químico, a multinacional inglesa possui agora 33% das ações da equipe e desmente fragorosamente o chefe da escuderia, que em setembro tinha jurado de pés juntos que a Ineos seria, para sempre, apenas e tão somente uma patrocinadora. O fato, porém, é que para a Mercedes, a venda faz todo sentido. Forçada a fechar fábricas e demitir funcionários, a redução de seus investimentos na Fórmula 1 vem a calhar. Isso sem falar na realização de lucros após oito anos bancando a escuderia, tudo isso sem nenhuma perda na altamente lucrativa exposição de sua marca pelas pistas do mundo. Tudo isso somado e dividido configura um novo cenário para a Fórmula 1 em 2021. Este será também o ano em que entrará em vigor o limite orçamentário de 145 milhões de dólares e uma nova distribuição de prêmios ao fim do campeonato, medidas que visam uma competição mais equalitária. Até agora, equipes de Fórmula 1 eram empresas geradoras de dívidas que viviam sonhando com a chegada de uma grande montadora ou de um magnata apaixonado por corridas ou em busca de projeção internacional. O futuro se promete diferente. Para muitos, é consequência da chegada aos autódromos internacionais da mentalidade pragmática norte-americana, liderada pela Liberty Media. Com uma nova atitude em relação às mídias sociais, implantada logo após a compra dos direitos comerciais da Fórmula 1, mudou inteiramente a percepção da categoria máxima e do automobilismo em geral. E, principalmente, atraiu o olhar de empresas do mercado americano, o mais rico do planeta, ao superar as limitações impostas ao mundo pela pandemia. Este 2020 foi muito mais do que as 17 corridas que compuseram o campeonato mundial. A superação das inúmeras barreiras trouxe a certeza de que a Fórmula 1, bem gerida, pode se transformar em geradora de lucros mesmo em tempos de pandemia. É por isso que a Mercedes se nega a abrir mão de sua presença em corridas, avaliada em mais de 5 bilhões de dólares. E os dólares dos Estados Unidos começam a chegar com mais força. Foto: Daimler/Divulgação

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