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Lava Jato denuncia Luiz Abi e Dirceu Pupo por corrupção nos pedágios

Eles são apontados como operadores financeiros do ex-governador Beto Richa


Mais uma denúncia envolvendo os pedágios no Paraná foi apresentada pela força-tarefa da Lava-Jato. Hoje (21), o MPF do Ministério Público Federal no Paraná denunciou Luiz Abi Antoun e Dirceu Pupo Ferreira, apontados como operadores financeiros do ex-governador Beto Richa. Os dois são acusados de à organização criminosa e corrupção passiva. A nova denúncia feita em conjunto com procuradores de Ponta Grossa, Paranavaí e Apucarana aponta desvio de R$ 8,4 milhões por meio de retirada de obras e aumento das tarifas de pedágio no Anel de Integração. De acordo com o MPF, foram protocoladas duas denúncias separadas porque Luiz Abi Antoun está no Líbano desde setembro de 2018, após ter sido solto por uma liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes na Operação Rádio Patrulha. Ele foi alvo de um mandado de prisão temporária na 58.ª fase da Lava Jato, mas até o momento, não há notícias de seu retorno ao Brasil. O MPF buscará cooperação jurídica internacional para citar o acusado. A denúncia é um desdobramento da fase 58ª - Operação Integração II, que tornou réus no final de janeiro o ex-governador Beto Richa; seu irmão, Jose Richa Filho (Pepe Richa), ex-secretário de Infraestrutura e Logística do estado; sua esposa, Fernanda Richa e o próprio contador da família, Dirceu Pupo Ferreira; além de vários outros agentes públicos e privados envolvidos no esquema. O PAPEL DE LUIZ ABI E DE PUPO Segundo as investigações, Luiz Abi Antoun exercia o papel de "caixa geral de propinas" arrecadadas em diversos setores do governo do Estado em proveito do ex-governador Beto Richa. Já Dirceu Pupo Ferreira tinha a função de reinserir na economia formal os valores ilícitos recebidos por Antoun em nome do ex-governador, no caso em operações de lavagem de dinheiro realizadas mediante a aquisição de imóveis. Pupo teria operado o recebimento de pelo menos R$ 2,7 milhões, os quais foram utilizados na aquisição de imóveis em nome da empresa Ocaporã, pertencente à família Richa. SOBRAS DE CAMPANHA Segundo as evidências obtidas, Abi é também apontado como destinatário de "sobras" de dinheiro de campanhas políticas de Beto Richa, sendo que a acusação narra que o operador financeiro foi beneficiado diretamente com pelo menos R$ 646.800,00 que foram recebidos do Comitê Eleitoral de Carlos Alberto Richa (CNPJ 20.572.328/0001-90) em 9 de outubro de 2014 por intermédio de supostas prestações de serviços de locação de equipamentos (som ambulante, trios elétricos e palcos para comícios) que nunca existiram. Reiteração do pedido de prisão de Dirceu Pupo Ferreira - Na cota ministerial que acompanha a denúncia, os procuradores apontam a existência de novas provas, as quais reforçam a necessidade da manutenção da prisão de Dirceu Pupo Ferreira e evidenciam que ele, contador e procurador das empresas de Fernanda Richa e filhos, estava, na prática, subordinado diretamente a Beto Richa. A denúncia oferecida demonstra que, no dia 8 de agosto de 2018, antes de visitar a testemunha Carlos Albertini, Dirceu Pupo recebeu uma ligação do Comitê Eleitoral do PSDB em Curitiba. Além disso, registros telefônicos demonstraram que, na mesma data, pouco mais tarde, ocorreu um possível encontro de Dirceu Pupo com Beto Richa. Tais elementos probatórios revelam indícios de que o ex-governador acompanhou com proximidade a atuação de Pupo em face de testemunhas dos pagamentos em espécie. Ainda, outros registros telefônicos demonstraram que Dirceu Pupo, no mesmo dia 08 de agosto, procurou Valmir Maran, testemunha que recebeu pagamentos em espécie do grupo criminoso e que, em fato envolvendo a compra do lote do condomínio de luxo Beau Rivage, presenciou a entrega de R$ 930mil em espécie feita por Dirceu Pupo em nome da empresa Ocaporã. Segundo apurado, em tal contato, Dirceu Pupo teria alertado a Valmir Maran "que todos estavam preocupados com as investigações". Nessa tarde do dia 8 de agosto de 2018, o celular de Pupo e também o de Beto Richa foram captados a 100 metros de distância da incorporadora Paysage. Nota: "Defesa reitera a confiança na Justiça e que seu cliente irá provar sua inocência no processo" Com assessoria do MPF

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