Leonir Batisti, coordenador geral do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (20), falou sobre a Operação Taxa Alta que investiga suposto direcionamento de procedimentos efetivos em 2018 pelo Detran (Departamento de Trânsito) Paraná.
De acordo com as investigações, há suspeita de que a atuação de grupo dentro do Detran-PR, a partir de uma empresa terceirizada, tenha elevado o valor da taxa paga pelos proprietários de veículos em operações como alienação fiduciária, arrendamento, reserva de domínio ou penhor.
Antes de os suspeitos atuarem no Detran, o valor da taxa destes serviços era de R$ 150, e agora, chega a quase R$350,00.
São alvos dos mandados, expedidos pela 12ª Vara Criminal de Curitiba, o ex diretor-geral do Detran à época dos fatos, três servidores comissionados que atuavam no órgão no mesmo período e um ex-assessor da Governadoria do Estado.
Dos cinco mandados de prisão, quatro já foram cumpridos. Os mandados de buscas já foram ou estão sendo ultimados.
De acordo com o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, as investigações apontam que Marcello Panizzi, ex-diretor do Detran na época, tinha pleno conhecimento do esquema, e que sua principal função, era o de autorizar o trabalho dos demais.
Ainda segundo ele, o ex-assessor da Governadoria era quem entregava o edital de credenciamento já pronto para que fosse publicado e com favorecimento à empresas específicas. Somente uma das empresas mais beneficiadas, ganhou mais quase 90% das licitações.
Além do edital favorável, informações eram omitidas favorecendo empresários que apresentavam a documentação antes dos demais.
Foi graças à esses detalhes, e principalmente pela discrepância nos valores, que o Tribunal de Contas conseguiu perceber o direcionamento.
Agora, o objetivo principal é conseguir na Justiça a anulação do contrato atual, o que de acordo com Leonir Batisti, geraria uma economia futura para o Detran e população, de cerca de R$ 40 milhões.
Ainda não se sabe se os envolvidos realizavam o crime para benefício próprio, ou de terceiros. Todos eles devem responder inicialmente por fraude em licitação e associação criminosa.
Computadores e celulares foram recolhidos para dar sequência às investigações.
Redação Catve.com
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